As superbactérias são bactérias que adquirem resistência a diversos antibióticos devido ao uso incorreto desses medicamentos, sendo também conhecidas como bactérias multirresistentes. O uso incorreto ou frequente de antibióticos pode favorecer o surgimento de mutações e mecanismos de resistência e adaptação dessas bactérias contra os antibióticos, tornando o tratamento difícil.
As superbactérias são mais frequentes em ambiente hospitalar, principalmente centros cirúrgicos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), devido ao sistema imunológico mais enfraquecido dos pacientes. Além do uso indiscriminado de antibióticos e sistema imunológico do paciente, o aparecimento de superbactérias também está relacionado com os procedimentos realizados dentro do hospital e hábitos de higienização das mãos, por exemplo.
Principais superbactérias
· Staphylococcus aureus, que é resistente à Meticilina, sendo denominada MRSA.
· Klebsiella pneumoniae, também conhecida como Klebsiella produtora de carbapenemase, ou KPC, que são bactérias que conseguem produzir uma enzima capaz de inibir a atividade de alguns antibióticos.
· Acinetobacter baumannii, que pode ser encontrada na água, solo e ambiente hospitalar, sendo algumas cepas resistentes aos aminoglicosídeos, fluoroquinolonas e beta-lactâmicos;
· Pseudomonas aeruginosa, que é considerado um microrganismo oportunista causando infecção principalmente nas UTIs em pacientes como o sistema imunológico comprometido;
· Enterococcus faecium, que normalmente causa infecções do trato urinário e intestinal em pessoas que estão internadas;
· Proteus sp., que está relacionada principalmente com infecções urinárias nas UTIs e que vêm adquirindo resistência a diversos antibióticos;
· Neisseria gonorrhoeae, que é a bactéria responsável pela gonorreia e algumas cepas já foram identificadas como multirresistente, apresentando maior resistência à Azitromicina, e, por isso, a doença causada por essas cepas é conhecida como supergonorreia.
Além dessas, há outras bactérias que estão começando a desenvolver mecanismos de resistência contra antibióticos que normalmente são utilizados no tratamento das suas infecções, como por exemplo a Salmonella sp., Shigella sp., Haemophilus influenzae e Campylobacter spp. Dessa forma, o tratamento torna-se mais complicado, já que há dificuldade para combater esses microrganismos, e a doença mais grave.
Principais sintomas
A ocorrência da superbactéria normalmente não causa sintomas, sendo apenas percebidos os sintomas característicos da infecção que variam de acordo com o tipo de bactéria responsável pela doença. Normalmente a presença de superbactéria é percebida quando o tratamento indicado pelo médico passa a não ser eficaz, havendo a evolução dos sintomas, por exemplo.
Assim, é importante que seja realizado novo exame microbiológico e novo antibiograma para verificar se a bactéria adquiriu resistência e, assim, para que seja estabelecido novo tratamento.
Como é feito o tratamento
O tratamento contra as superbactérias varia de acordo com o tipo de resistência e com a bactéria, sendo recomendado, em alguns casos, que o tratamento seja feito no hospital com injeções de combinações de antibióticos diretamente na veia para combater a bactéria e evitar o surgimento de novas infecções.
Durante o tratamento o paciente deve ficar isolado e as visitas devem ser restritas, sendo importante a utilização de roupas, máscaras e luvas para evitar a contaminação de outras pessoas. Em alguns casos pode ser necessária a combinação de mais de 2 antibióticos para que a superbactéria seja controlada e eliminada. Apesar do tratamento ser difícil, é possível combater por completo a bactéria multirresistente.
Como usar o antibióticos corretamente
Para usar os antibióticos corretamente evitando o desenvolvimento de superbactérias é importante só tomar antibióticos quando forem receitados pelo médico, seguindo a orientação de dose e tempo de uso, mesmo que os sintomas tenham desaparecido antes do término do tratamento.
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